Numa decisão absolutamente surpreendente por parte da Liga e com o o total de 23 votos (em 48), a fórmula da "repescagem" foi aprovada ontem depois de uma longa AG. Segundo esta fórmula não há descidas de divisão nos campeonatos profissionais esta época. A decisão carece apenas da aprovação da Federação Portuguesa de Futebol, mas está longe de ser consensual e até legal segundo alguns clubes...
O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Mário
Figueiredo, defendeu que a "repescagem" dos clubes que descem à "Honra",
em função do alargamento da prova principal, não fere a verdade
desportiva.
Em declarações proferidas após uma maratona de cerca
de sete horas de Assembleia Geral (AG), Mário Figueiredo refutou a tese
que aponta para os efeitos negativos desta decisão, que isenta os clubes
da despromoção na presente época.
"Há, no meio da tabela, uma
quantidade de clubes que também não luta por subir ou descer",
exemplificou o dirigente, a quem "não parece" que a integridade da
competição saia ferida pela decisão dos clubes.
A fórmula de
repescagem foi aprovada com 23 votos a favor e 21 contra (mais quatro
abstenções), após ter sido reprovada a solução da própria direcção do
organismo, que preconizava a disputa de uma "liguilha".
A fórmula
defendida por Mário Figueiredo passava pela disputa de um
mini-campeonato, no final da época, entre os 15.º e 16. classificados da
Liga e os terceiro e quarto da Liga de Honra.
A aprovação, em AG,
desta alteração ao Regulamento de Competições não representa, por si
só, a certeza de que o alargamento e consequente regime transitório de
subidas e descidas entre em vigor na próxima época, pois terá que ser
ainda aprovado em sede da Federação Portuguesa de Futebol.
"O
futuro, neste caso, não depende só da Liga", reconheceu Mário
Figueiredo, sublinhando que "o alargamento só entrará em vigor se houver
consenso" entre os dois organismos.
Questionado sobre o anúncio
de eventuais impugnações das decisões da AG de hoje (o Nacional da
Madeira tornou pública essa intenção e o Sporting reserva-se ao mesmo
direito), o dirigente afirmou:
"Estamos a empolar demasiado a questão do
alargamento".
"É estranho que apareçam agora essas questões, como
a aprovação a meio de uma época, quando se aprovou o alargamento da
Liga de Honra também a meio de uma época: esta, em Dezembro", sublinhou.
Para Mário Figueiredo, que hoje completou três meses de mandato, "este alargamento é tão legítimo como o outro".
O
presidente da Liga quis ainda realçar a vontade dos clubes em
centralizar na Liga os direitos das transmissões televisivas: "Foi um
dia histórico, para uma questão estrutural do futebol nacional, pois
obteve-se um consenso no sentido de aprofundarmos os estudos nesse
sentido".
O presidente da Liga foi mandatado, conforme a
declaração final do Conselho de Presidentes, para fundamentar num estudo
económico a preparação da instrução de uma eventual queixa - a
deliberar em reunião futura - na Direcção Geral da Concorrência da
Comissão Europeia, até 30 de Junho, que tenda a declarar nulos os
contratos de cessão de direitos de transmissão televisiva dos clubes.
Porém,
a "unanimidade" anunciada por Mário Figueiredo revela apenas o voto de
29 dos 32 clubes da Liga, tendo faltado a essa reunião Benfica, FC Porto
e Sporting de Braga. - RECORD.
Ligações:
MaisFutebol: Sporting: "O que aqui foi aprovado é ilegal"
MaisFutebol: Alargamento: Decisão estúpida, aberrante e egoísta
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