quarta-feira, 3 de maio de 2017

AVES: A QUARTA DE MOTA PARA EVITAR SOBE E DESCE

O Desportivo das Aves está de volta ao convívio dos grandes. A equipa do concelho de Santo Tirso alcançou o feito quando ainda faltam três jornadas para terminar o campeonato. Apesar da troca de treinador a meio da época - Ivo Vieira não resistiu a uma série de três derrotas e um empate -, a equipa, agora orientada por José Mota, teve um percurso regular, apesar de ter sentido a aproximação de Académica primeiro, e Varzim depois.

José Mota
O clube de Santo Tirso tem ainda a luta pelo título - faltam três jogos e o Portimonense tem mais dois pontos -, mas o convívio entre os grandes está assegurado. O zerozero procura fazer um raio x à época dos avenses, que, sublinhe-se, pode terminar ainda em beleza com o título, situação quase utópica há algumas jornadas atrás, quando o Portimonense gozava de um avanço significativo. 

Referência na baliza e uma dupla matadora

O plantel do Aves é composto por jogadores experientes. Porém, nenhum deles tem tantos anos de futebol como Quim, antigo guarda-redes do Benfica. Depois de uma passagem por Braga, escolheu a vila das Aves para prosseguir a sua carreira. O guardião prepara-se para atingir pela quarta época consecutiva a marca dos 40 jogos, regressando ao primeiro escalão com 41 anos. 

Quim
Alexandre Guedes foi o principal avançado da equipa ao longo da temporada. O ponta-de-lança, formado no Sporting, foi o melhor marcador da equipa na segunda liga - em igualdade com Barry - nem sempre teve a regularidade suficiente, estando longas séries sem picar o ponto - fez apenas um golo nas primeiras 18 jornadas. 

Guedes
Barry, que atuou boa parte dos jogos como suplente utilizado, foi também muito importante, concretizando dez golos que acabaram por valer 12 preciosos pontos à equipa de Santo Tirso, particularmente nas alturas menos felizes da equipa agora comandada por José Mota.

Barry
Professor Neca continua a ser referência

Apesar de alguns treinadores com cartel no futebol português terem passado pela vila das Aves - Paulo Fonseca é o caso mais evidente -, é o professor Neca quem nutre maior prestígio entre as gentes do concelho de Santo Tirso. 

Basta ver que das três vezes que o Aves esteve presente na primeira Liga, foi Neca quem comandou a equipa. Primeiro em 1985/86, ano em que a equipa terminou a prova no décimo quarto lugar. A posição «apurou» a equipa para uma Liguilha, mini-competição que o Varzim (Segunda Liga) acabou por vencer. O guarda-redes Silvino era o nome mais carismático nesse grupo.

Em 2000/2001, os avenses terminaram no penúltimo lugar da classificação, sendo a única das três temporadas em que o histórico treinador saiu a meio da temporada. Para o seu lugar, entrou Carlos Carvalhal, a realizar a sua temporada de estreia na primeira divisão nacional. Nomes como Rui Lima, Douala ou Jorge Duarte despontavam nessa equipa. 

Última participação com esperança até...ao jogo do título

Em 2006/2007, a última participação. Aí, a equipa de Santo Tirso entrou para a última jornada fora da zona de despromoção, sendo que o último jogo era na casa do FC Porto, que precisava da vitória para se sagrar campeão. Ao intervalo o jogo estava empatado, resultado que não interessava aos avenses. Os portistas acabaram por vencer 4x1, e o Aves ficou em último lugar - o Beira-Mar empatou e acompanhou os avenses na descida; o Vitória de Setúbal venceu. Um professor especial, apesar das duas descidas.

José Mota substituiu Ivo Vieira, numa decisão pouco consensual entre os adeptos e observadores do fenómeno futebolístico. Mota engatou a quarta. A continuidade no clube não está assegurada, mas quem quer que seja o treinador, quererá entrar para a história como o primeiro a manter os avenses na liga portuguesa.

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